IPMA - Sobre catástrofes Naturais

 


As catástrofes sísmicas parecem-nos sempre um fenómeno distante. Mas essa possibilidade é bem real e pode atingir qualquer comunidade, num qualquer momento.

Apesar de sempre terem havido sismólogos a dedicar-se à investigação relacionada com a previsão de sismos, até hoje não foi possível desenvolver qualquer método generalizado, que conduza à previsão da hora e do local onde ocorrerá um sismo.

Sabemos, contudo, que os sismos continuarão a perturbar a Humanidade e que ocorrerão com mais frequência em regiões onde já se verificaram no passado. E também sabemos que mesmo regiões sem historial sísmico podem ser afetadas por eventos graves, muito distanciados no tempo entre si.

Em Portugal continental os grandes sismos, embora pouco frequentes, têm afetado especialmente as regiões central e meridional do território. Alguns sismos importantes, embora ainda menos frequentes, têm ocorrido igualmente na parte norte do País. Nos Açores ocorrem regularmente sismos danificantes que têm afetado as ilhas dos grupos central e oriental. A maior parte dos sismos atrás referidos e que são sentidos pela população são caracterizados por abalos de curta duração (poucos segundos a poucas dezenas de segundos).

Alguns autores observaram com muita pertinência que nos primeiros anos deste século já morreram o equivalente a um terço das vítimas dos sismos durante o século XX. E aqui citamos diretamente estes autores “ Este número não é de todo aceitável pois um tremor de terra já não pode ser considerado apenas um desastre "natural". De facto, a maior parte das vítimas resulta da destruição ou desmoronamento de construções com deficiente resistência antissísmica, rotura de infra-estruturas ou instalações industriais que deveriam ser resistentes aos sismos. Poderíamos dizer de forma simplificada que não são os sismos que causam vítimas mas sim o colapso das construções que são obra do homem”.

Se alguns edifícios se podem desmoronar pela ação sísmica, especialmente os de construção mais antiga, os sismos podem também provocar desprendimentos de terrenos e ainda gerar grandes ondas nos oceanos - tsunamis ou maremotos – os quais podem ter efeitos catastróficos. Em todos estes casos, o comportamento de cada pessoa é fundamental na minimização dos efeitos do sismo, pois a maior parte dos acidentes pessoais resultam da queda de objetos e de destroços.

Os acidentes pessoais são normalmente causados por:

  • desmoronamento parcial dos edifícios tais como chaminés, varandas, tetos ou paredes; derrube de candeeiros, quadros, estantes, vasos ou outros móveis;
  • estilhaços de vidros provenientes de janelas, espelhos ou outros objetos (este perigo é maior quando os vidros são provenientes de andares elevados de edifícios altos);
  • incêndios com origem em chaminés ou canalizações de gás destruídas (este perigo pode ser agravado pela falta de água devido à destruição das canalizações ou obstrução dos acessos impedindo a deslocação dos meios de socorro);
  • derrube de linhas elétricas
  • ações humanas resultantes do pânico.

Por isso, durante um sismo é necessário agir com rapidez e com sangue frio.

De facto, a experiência tem demonstrado que uma atuação calma durante um sismo, muito contribui para minimizar os seus efeitos. Compreendendo algumas noções fundamentais que lhe serão fornecidas neste resumo, grande número dos acidentes pode ser evitado ou o seu impacto, menorizado. Apresentam-se aqui algumas sugestões de comportamento perante este fenómeno. Estas sugestões, compiladas a partir de informação disponibilizada em muitos serviços de proteção civil em todo o mundo, podem e devem ser usadas livremente. Divulgue-as como entender necessário. E não se esqueça: a proteção civil começa nas suas próprias ações.

Recorde-se que nenhuma comunidade está totalmente preparada e equipada para atender a estas situações excecionais. Ao preparar-se está a ajudar-se a si mesmo e a toda a comunidade. Juntos faremos a diferença. .

 

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